domingo, 20 de fevereiro de 2011

Uma crônica perdida no meu computador...

Amor à distância (10/9).



            As letras me encontraram numa tarde de sexta-feira, na escola. A tarefa para o final de semana seria ler um livro e fazer um resumo da obra. A partir daquela tarde chuvosa, encontrei um amigo inseparável: O livro.
            Saí da escola, Eu e Meu Guarda Chuva (8/10), feito um Mamute (26/11) e na pressa, não dei atenção a Guerra dos Vizinhos (13/8) na rua de baixo da escola, que brigavam feito Cães e Gatos (3/9). A única coisa que ouvi foi alguém gritando “Muita Calma Nessa Hora (12/11)”, ou algo parecido.
            Cheguei no “Nosso Lar (3/9)”, chamava assim porque era um quintal com muitas casas, 13 (3/9) no total, muita gente e eu nunca conseguia ficar sozinho. Passei pelo portão, abraçado a meu material escolar e o livro e encontrei o “seu” Orlando, um velho italiano que vivia relembrando o ano que chegou no Brasil, ele sempre começava a história com a famosa frase “Uma noite em 67” (30/7)...Os demais moradores eram figuras, cada qual a sua maneira.
            Entrei em casa, beijei minha mãe e fui correndo pro meu cantinho, passando no corredor, pelo quarto do meu irmão, porta fechada, com os dizeres “Cinco Vezes Favela” (20/8) em um adesivo. Provavelmente curando A Ressaca (10/9) da noite anterior.
            Fechei a porta do meu quarto, Como Esquecer (8/10) aquela experiência ao som de Raul Seixas-O início, o meio, o fim (29/10), tocando alto no rádio do vizinho. Deitei na cama, enfim (quase) a sós, eu e meu novo amigo.
            Frankenstein se tornou Meu Malvado Preferido (6/8), ele era incompreendido, assim com eu, um monstro para muitos mas, pra mim, alguém sozinho. Frank, como eu o chamava, me apresentou Um Novo Caminho (13/8), a partir daquele instante minha vida deu um Salt (30/7)... Minha mãe bateu na porta, anunciando o jantar.
            Minha mãe e meu irmão eram escravos do controle remoto. Aquilo estava mais Um Jantar Para Idiotas (1/10), do que pra mim. Eles não deixavam a tv nem mesmo numa hora tão sagrada.
            Cresci, estudei e me destaquei, e hoje sou jornalista formado, um profissional das letras.  
            Adoro contar essa história, sou exemplo de vida, mas meu sogro ao ouvir, fixou os olho em mim e disse “Agora Desenrola (13/10), o que você quer com a minha filha? Qual a diferença entre você e Os Outros Caras(8/10)?”
            Senti toda aquela pressão, um verdadeiro 400 contra um – a história do comando vermelho (6/8) – e o pior, todo contra mim. Os meus Contos da Era Dourada (3/9) da época da faculdade, em que eu já me destacava por brincar com as letras, de nada valiam ser contados.
            Aquela tarde foi longa e sem delongas(trocadilho dos bons) resolvi dizer a verdade sobre a minha profissão, que é algo que me possibilita “comer, rezar, amar(1/10)” e que eu não quero nada mais que isso. E, num ímpeto de revolta, bati na mesa e disse que nós somos Gente Grande (24/9); que ela é meu Par Perfeito (27/8); que tivemos os Destinos Ligados (27/8) e tudo que se possa imaginar e que aquele interrogatório, mais parecido com Caça as Bruxas (8/10) não me assustava. Nem se ele contratasse Os Mercenários (13/8) do Brasil todo ou mesmo a Tropa de Elite (2, 8/10), não arredava os pés da casa, ele teria que me aceitar.
            Me senti o Resident Evil (17/09) à espera do Último Exorcismo (3/9). Nem todas as técnicas do Karat Kid (27/8) iriam segurar aquele homem, se ficasse mais um pouco, ele iria estrelar o próximo filme “Jogos Mortais (29/10)” com as minhas bolas. Devia ter chegado abraçado à imagem da Aparecida – Padroeira do Brasil (17/12), talvez assim, ele teria sido mais sensível a minha pessoa.            Enquanto ele me colocava porta a fora, dizia que sua filha não era nenhuma Piranha (3D, 15/10) ou uma Sex Delícia(31/12), ele chamava as mulheres do funk assim, e que nunca mais aparecesse por lá. Pra ele eu era um simples Aprendiz de Feiticeiro (6/8) e nunca seria um jornalista de peso.
            Aquela cena foi histórica, me lembro de olhar e ver minha namorada, A rainha do Castelo de Ar (3/9), chorando ao ver seu Último Mestre do Ar (20/8) (agente se chamava assim) enxotado pelo Instinto de Vingança (17/9) daquele chefe de família.
            Eu era The Resident (5/11) daquela América, mas The American (12/11), “homem branco” tirou meu direito de posse daquela terra. Assim como o homem branco invadiu e se apropriou da terra dos indígenas.
            Assim seja, meu amor por ela se mantém assim, à distância. Vou seguindo o meu caminho, enriquecendo o conhecimento com as letras, contando histórias ou crônicas tão elaboradas quanto às Crônicas de Nárnia (10/12).
            Pesquisando na internet quando seria a estréia de um filme chamado Tiras em Apuros (31/12), para assistir sozinho e me lembrei de toda essa parte da minha vida.
            Partes! Meu amigo Frank, que era constituído de pedaços do corpo de várias pessoas, ensinou a mim, constituído da mente de vários poetas, escritores e jornalistas, a jamais desistir. Incompreendido e enxotado, porém, sempre um amigo das letras.
               Saudades dela!

Mario Silva 

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